2008/01/31

Gênese Artístico

Eu tinha seis anos de idade, um circo visitou minha cidade, Martinópole, me vi maravilhado. Entendi a representação como alguma coisa mágica. Todas as luzes voltadas para os artistas, a platéia posta e contemplada. Aqui houve o primeiro encontro com a arte. Decidi ser artista. Também é coisa que a gente não decide.... acontece em um processo natural. Aquela noite no circo despertou a minha sensibilidade. A cidade tinha 3.818 habitantes, uma escola estadual (Murilo Braga), a escola municipal (Pe. José Roberto), e uns quatros grupos escolares. Em frente a Igreja havia apenas um campo, alguns bancos que definiam uma praça sem projeção que um parque abrilhantava uma vez por ano. Havia ainda duas danceterias, a estação abandonada pelo trem, a linha férrea e o hospital Imaculada Conceição.
A vida cultural da cidade era minimizada ou mesmo inexistente. A cidade uma vez ao ano tambem se rendia ao desfile do 7 de setembro, que para mim tinha o ritual de um grande espetáculo. Aos sabados e domingos era a vez das discotecas - a era colorida dos discos. Sobre politica eu nada ouvia falar, a não ser sobre eleiçoes municipais. Ditadura, anistia passava longe do meu universo. As senhoras de certa idade se juntavam aos mais novos e colocavam cadeiras nas calçadas, e a noite as janelas eram aglomeradas por pessoas que se dividiam entre o bate papo e as novelas. No mes de janeiro, um grupo de rapazes tirava reisado, caracterizados com alguns personagens. Outro personagem tambem próximo era papai noel. Todas essas personagens, me diziam muito, um significado maior que possuiam uma representação teatral. Eu queria ser cantor, a música sempre foi muito proxima a mim, mas o meio não ajudava e não desenvolvi talento para isso. Bem depois vi minha mãe atuar numa peça de colegio (Pe. Jose Roberto) onde fazia o papel de maria, e minha irmã era o anjo. isso a 24 anos atrás. Mas alguma coisa, talvez o azul , a luz da peça... um encanto reservado a mim. Eu sempre gostava de qualquer manifestação. E o contato mais próximo que eu tinha com o mundo artistico era a televisão.

2008/01/30

Antônio Marcelo, 10 Anos, Publicado nos Jornais

Texto para ser publicado em 2005

Por ele, o Artista, a trajetória e a palavra

O artista é artista porque brinca que é artista. Ele é artista porque brinca e cria. Recria com emoção a própria vida.

A vida de um ator é o maior corre corre. A Gente tem que batalhar muito se quiser vencer.

Eu me lembro de um tempo onde as pessoas cantavam pelo simples prazer de cantar. Cantavan a vida, cantavam o amor, cantavam a canção, cantavam a felicidade, a liberdade que se escondeu dentro de nós.

Essa verdade me sensibiliza. Música, maestro! E que a orquestra toque a todo vapor. Não tem música? Tudo bem, ela vai tocar mesmo assim dentro de mim. Ser artista é o glamour além do script, é a ética além da viadade. eu nasci para o estrelato, não quero ser platéia, quero ser o próprio show.

tenho 31 anos, mas no teatro posso interpretar qualquert idade. É no teatro que semre vai existir um papel para o ator. A sensação de viver outras vidas é um esplendor. Louvado seja o palco, louvado seja o teatro, os artistas incompreendidos dessa pátria.

Foi num verão distante dentro de um palco iluminado que a vida se deu numa resposta concreta e imediata , no mesmo instante que os aplausos encheram meus olhos de luz, de esplendor. uma chuva de púrpurina, lágrimas, comoção

O ato prossegue embalado no sopro do palco, nde atores digladiam todo o universo dos contos e das cisas reais e irreais. Este é o palco de todas as minhas mentiras acreditadas, de todas as verdades ilusórias diante de minhas retinas. o palco que é a luz do artista batalhador de sua própria arte.

O RG de todo artista é a face na hora de criar. Cria-se tudo, menos talento. A arte é exigente ! O teatro serviu para muitas coisas, raciocionar foi uma delas. Não tenho do que reclamar. A arte foi generosa comigo, devo o melhor de mim ao teatro. E com toda pureza da minha alma, ele não me deve naa.

Mas eu não teno culpa por ter nascido no estado errado, na cidade errada. Enquanto as pessoas, elas nõa tem a obrigação de ser como eu gostaria que elas fossem. O teatro é meu mito... e eu nao vou demolí-lo nessa altura do campeonato. Quem chegou até aqui não pode parar. Não tem como descrever a emoção sentida quando o público vibra no final do espetáculo.

Nada apaga isso, nada. Apague a luz de serviço, mas não esqueça de logo em seguida, acender o refletor.