2009/10/10

Antonio Marcelo Caneiro em Imagens

Antonio Marcelo

antonio marcelo no Icarai 2007


antonio marcelo icarai 2007













antonio marcelo setembro de 2009 - nautico fortaleza







































































2009/08/13

Shirley Valentine com Betty Faria por Antônio Marcelo

Betty Faria vive no Teatro Shirley Valentine, sob a batuta de Guilherme Leme


Shirley Valentine...
Me visto, me perfumo para ir ver TIÊTA. Não, não foi isso que eu quis dizer. Me visto, me perfumo para ver Shirley Valentine, de Betty Faria. O espetáculo começa. Entra em cena, uma senhora, simpática, ela bebe. É a Betty? É, esta é a senhora Shirley Valentine, a comportada e submissa dona de casa que conversa com as paredes. O desafeto que ela traz dentro de si (não sucumbe a leveza da Shirley menina), mas se apresenta com um cinza desbotado. A luz do espetáculo não indica a menor cor. Parece algo noir. E Shirley começa a narrar, a entonar seus sentimentos... E de repente, percebe que o encanto, que a felicidade sonhada no lar ou para o lar foi embora, mas a vida não foi. Ela, a vida, ficou latente dentro de Shirley torcendo para que ela pudesse perceber os sinais de alerta. E essa percepção é sinalizada diante um convite para uma viagem que ela recebe de uma amiga.
E Shirley decide viajar para a Grécia. E coincidentemente ou não, o espetáculo estréia. Betty tem seu corpo realçado por um outro figurino. Shirley se predispõe a ser e a ter um encontro com a vida, com ela mesma. Nesse segundo tempo, a platéia já está dentro do espetáculo. A atriz já tem agradado completamente. Ela é ótima! Alguém buchicha na platéia.
O espetáculo, no terceiro ato se abre com um um cair de areia, magnifico. Um efeito que parece mais uma esperiência alquimista interligada há um dourado barroco e outras derivações de cores. Há uma explosão de brilho, ninguém esperava. Então surge tanto Betty quanto Shirley, ambas rejuvenescidas, explêndidas. Grécia, então entra o mito de Fênix. O olhar, os gestos, as palavras de shirley me dão a certeza do imenso talento que tem minha Betty. É minha porque eu a escolhi como minha musa.
TIÊTA, penso eu, precisava ser Betty. E agora diante a magia de Shirley, me reinvento a dizer: Shirley Valentine, a brasileira, precisava ser Betty. precisava ser recontada por Betty. Que maravilha de atriz, que espetáculo. A direção de Guilherme Leme encanta a platéia, principalmente na solução cênica. O cair de areia, o abrir do ciclorama enche os olhos da platéia. As cenas ganham brilho assim como a vida de Shirley.
O primor textual, a voz de Betty é musicalidade, é colorida, é ritmica... E eu me sinto privilegiado por ter ido assistir, por ter criado expectativas e por não ter me decepcionado. As pessoas ligados a mim, me ligavam para saber se eu ia ver Betty. Alias, elas diziam: A Tiêta está em Fortaleza. Você está sabendo? E eu me orgulho dessa minha ligação com elas, com a arte. Aplausos para a eletricidade de minha musa, atriz, professora por meu modelo de simpatia. Dessa vez, não foi possível beijar-lhe as mãos, como fiz no Teatro Celina Queiroz. Dessa vez eu não tinha um colar em meu pescoço para tirar e presenteá-la. Eu fui presenteado por vê-la, por compreender toda a magia e a beleza e o glamur de minha Betty.

Betty, eterna Tiêta, eterna estrela de todos nós. Teu nome ...BETTY... é curto, mas tem a melodia faiscante e é espoletada assim como teu talento. Betty lembra na sonoridade da palavra - freio que se surropia.... e isto é reafirmado em tudo aquilo que tu fazes.... tu és elétrica, eletrizada e eletrizante. Betty está a ferro e fogo como a estrela que sobe, como a diva que perpetua a memória de uma gente compromissada com a arte e com aquilo que o tempo não leva..... teu charme, tua elegância... Tua voz incondundivel no palco, na tv e no cinema. Vou escrever uma peça de teatro para você. BEIJO ENOOORME.

2009/07/02

Canapum e Capunet nos Tempos da Brilhantina

Em janeiro de 2001, a ediçao caseira do livro de poesias Entre Portas Abertas

Em março, Prêmio de Conslação volta aos palcos do Ibeu.

04 de maio, estreia Uma Visita de Cerimônia, de Miguel Santos, no Centro Cultural Banco do Nordeste, pela Capricórnio Produções Artísticas. Antônio Marcelo faz uma pequena participação com ator, e exerce tambem o papel de Assistente de Direção. Quem assina a direção Geral é Marcelo Farias Costa.

Depois Uma Visita de Cerimônia , estreia no Centro Cultural Dragão do Mar.

ELENCO:

Martha Vasconcelos
Jorge Ritchie
Socorro Carvalho
Suely Papas
Jacquecilene Bernardo
Antonio Marcelo.

Esse ano de 2001, o Grupo Quimeras de Teatro foi celebrado sem repercussão. O Grupo foi para a rua. "Mas eu nao gosto desse tipo de trabalho, é uma manifestação indigente. Uma coisa que parece e é mproviso. Uma arte menor. Eu gosto de trabalhar no palco - disse Antonio Marcelo. O Grupo fecha o ano com uma plateia de 130 pessoas, sendo aplaudido com entusiasmo em uma apresentação no Teatro do CERE Antonio Bezerra. Os atores se emocionaram com a vibração da plateia. "Não importa o lugar para o ator. Está na midia é apenas um exercicio da vaidade, mas é otimo estar. Teatro é sempre teatro na aldeota ou na periferia. "Mas a realidade é que o Quimeras agonizava.

CANAPUM E CAPUNET NOS TEMPOS DA BRILHATINA fez estreia na Ponte dos Ingleses, em 20 de outubro de 2001.

TEXTO antono Marcelo
Elenco Antonio Marcelo e Gláucia Alencar.
Direção: Elenco
produção Tatiane Alencar.

PONTO DE INTERESSE

2009/06/30

Eu SOU ANTES, EU SOU QUASE, EU SOU NUNCA.



Um novo espaço para ensaio - O SESC Clarindo de Queiroz. Quimeras de Teatro durante quase seis meses ensaia "NOITE VAZIA", que tinha estreia marcada para outubro de 2000. A peça apesar de te título de flme, não tem nada dele. Vinte dias antes da estreia, muda-se tudo. E o elenco ensaia textos fragmentados de varios peças de Antonio Marcelo. Nessa mudança o Grupo contou com total apoio de atroe tarimbados como Denise Costa e Eduardo Marinho.

Assim em outubro de 2000, estreia 'EU SOU ANTES, EU SOU QUASE, EU SOU NUNCA". Esse título é uma frase de Clarice Lispector.

Era o fim do grupo? "Não, mas uma nova fase se iniciava. Um trabalho sério e consistente. Gente aventureira não fazia mais parte do meu elenco. - disse Antonio Marcelo - É bom mesmo brigar, quebrar o pau e mandar embora".

SINOPSE
EU SOU ANTES, EU SOU QUASE, EU SOU NUNCA

2009/06/28

Medalha de honra ao mérito. toda donzela tem um pai que é uma fera!

POR TODA DONZELA eu recebi a medalha de honra ao mérito concedida pelo Balaio, ainda dentro da comemoração do projeto 4 x Balaio. Foi uma comemoração fechada só para o Grupo. Augusto Abreu e Fernao de La Roche receberam por BRANCA DE NEVE E OS TRÊS PATETAS; Tom Dantas recebeu por COISAS DE REI; Quixadá Cavalcante por CINDERELA. Teve mais premiações, mas nao registrei tudo.

Em janeiro de 2000, TODA DONZELA TEM UM PAI QUE É UAM FERA fez sucesso no Centro Cultural Banco do Nordeste. Como as apresentações no Centro Cultural não podiam passar de 50 minutos, eu fiz um compacto do espetáculo. E Toda Donzela foi a cena em 50 minutos. Eu estava lembrando agora a pouco, quando o Marcelo Costa pediu para eu enxugar o texto, ele confiava tanto em mim, que ele nem se preocupou em saber como eu havia feito.

27 de março de 2000, eu entreguei os destaques do ano: CATEGORIA DIREÇÃO.

Em maio, com a criação de uma produtora por Marcelo Farias Costa , é a vez da Capricórnio Produções Artisticas apresentar: PRÊMIO DE CONSOLAÇÃO. Fui assistente de direção e operador de luz.

Em 02 de junho, O Badejo de Artur Azevedo, sob direção de Marcelo Costa, volta em temporada no Centro Cultural Banco do Nordeste. Fui fiz parte dessa temporada auxiliando na cabine de som e luz.

Em setembro 2000 estréia no Teatro do Ibeu A BELA ADORMECIDA, adaptação e direçao de Quixadá Cavalcante. Produção MArtha Vasconcelos. A Martha é uma lady, uma senhora educadissima, Quixadá Cavalcante um lord. Mas essa peça deixou pessoas envolvidas no processo cansadas. Tinha estrela de mais nesse espetáculo. Denise Costa quebrou o braço quando ia ao teatro. Tinha uma atriz que queria interferir na iluminação, achando que deveria haver mais brilho em sua entrada. E como eu não cedi, eu soube de fonte segura que nos bastidores ela me detonava. Mas dretamente ela nunca me ofendeu, mas eu percebia sua cara torcida. E ela adorava ir na sala do Marcelo contar sua versao. E ele nunca a deu ouvidos. Algumas pessoas precisavam entender que o teatro nao estava a serviço delas. Que essa coisa da grande estrela é um processo natrual. nao dá para forçar, e deixe para o publico decidir.






2009/06/22

Tudo que eu queria te dizer

Domingo, 21 Junho 2009, em São Paulo, inicia o inverno, mas estou em Fortaleza. Domingo, pensei, e o que fazer? Internet? Ir a um clube massagear meu ego? Não, nada disso. Vou ao teatro. Faz tempo que não vou ao teatro. Sendo, domingo, minha folga do trabalho, posso ver o espetáculo que tem me chamado atenção pelo título: Tudo que eu queria te dizer. (Eu havia separado vários textos da Martha Medeiros para fazer um trabalho futuro, sendo assim engaveto meu projeto por mais um tempo porque um Grupo de Teatro faz isso primeiro). Peguei o ônibus, tentando reatar algum laço com Fortaleza, andei um pouco por uma rua deserta, ouvi latidos de um cachorro, talvez um piche, pelo latido deduzi. À distância, vi a luz oscilante da viatura de polícia. Na rua, o solado do meu sapato toc toc toc...toc... Contei esse som várias vezes. Essa cidade que eu não vejo mais encanto, começava a ser rebobinada em minha memória. Olhando para trás, vi o detalhe da Igreja São Benedito. Uma Igreja bonita em seu estilo antigo e na sacada uma luz azul turquesa. Cheguei ao teatro, reencontrei o funcionário do Teatro do SESC, sempre a me sorrir. Encontrei o Josué, grande cenotécnico que não consegue viver de seu talento. Ele vende pipocas em frente aos teatros. Isso se torna mais lucrativo. Cheguei meia hora antes, adquiri o hábito de sempre chegar cedo ao teatro, quer seja para assistir ou para me apresentar.

Tudo que eu queria te dizer é uma peça que tem fome e provoca fome na platéia. Fome de vida. É como se diante da magia do espetáculo, eu tenha me dilacerado e ao mesmo tempo nunca estivesse tão inteiro, tão encantado diante do ouvir, do ver. Tem uma moça no espetáculo tão graciosa, tão como encontrar um termo apropriado para dizer a coisa certa sem minimiza-la? Ela me lembrou muito alguém do meu tempo de criança. A peça fez eu enxergar, fez eu perceber que nunca deixei de olhar os lírios nos campos. A minha vida é o que hoje sou, é o que está dentro de mim... sem sonhos e sem frustrações. Dentro de mim, há minha vida nunca exposta e por tanto discreta, e eu sou minha própria tentativa. Sou o meu mosaico em minhas tintas ressecadas e ou sempre frescas. Sou o baú que só eu mesmo conheço. Trago saudades, e no meu mundo isso é importante. A peça fala da minha vinda do interior, da minha imensa certeza que aqui tudo daria certo. O que Martinópole (minha terra natal) poderia me dar enquanto cidadão? Enquanto artista? Nada. Como nunca ofereceu nenhuma oportunidade aqueles que lá ficaram. Em minha lembranças ainda promovidas pelo bem estar do espetáculo me faziam uma Tiêta que volta, mas diferente da personagem de Jorge Amado, eu não levava dinheiro, então não poderia ser tão amado. Enfim, a peça me encantou. Eu quando li o título estava certo, da impressão que ela me causou.

Tudo que eu queria te dizer tem apetite de vida, tem lembranças nossas, tem a minha própria moldura amarela, talvez, quem sabe, e há muita certeza nisso, mas que de repente soube reluzir. E durante a peça, eu me vi, era como se eu tivesse em cena me contando em chôro ou se ficar mais bonito o termo, em essência, para um ex amor. A peça é bem cuidada, bem dirigida. E não menos lindas as palavras que o Silvério diz em uma carta deixada para a platéia. Todo o texto tem sonoridade, tem sabor em ser. Vale ressaltar, a sonoplastia que é de uma leveza peculiar.... As mãos dos músicos pousam leve em seus instrumentos. Embora eu saiba que nas canções escolhidas haja todo o samba canção, toda a angústia que não é minha.

Por que será, me pergunto, que tantas coisas calamos, que não fomos capazes de nos percebemos? O teatro tem esse poder, essa mágica instantânea... 16 pessoas assistiam a peça; quatro casais me deixaram a impressão do amor, da beleza, do ser limpo e belo. Acredito que com esse olhar, eu recomeço a percepção de minhas coisas que estavam estacionadas. Mas mesmo elas estacionadas, sempre houve em mim a clareza disso. Nunca fui alienado. Mas digamos que agora a minha fome, o meu apetite tenha uma dimensão maior de tudo aquilo que eu preciso digerir: Chego aos trinta e cinco anos sabendo o que é belo e o que possui beleza.

É esse tipo de espetáculo que a gente merece ver, aliás, que eu mereço ver. Porque na verdade cada povo vai assistir o que merece. E não ter ido ao teatro ultimamente é ter me respeitado.

2009/06/19

Coisas de Rei. Grupo Balaio


13 de novembro de 1999, Antonio Marcelo integra o elenco de COISA DE REI do Grupo Balaio. A peça fez curta temporada no Teatro José de Alencar. Coisas de Rei tinha texto de Jorge Ritchie e direção de Tom Dantas.

Parece que eu nao agradei a direção, nem ela a mim. A peça vinha do Teatro do Ibeu onde havia feito sucesso. E como o Balaio estava em Cartaz no mesmo final de semana com quatro espetáculos. Eu aceitei o convite vindo do Tom Dantas. Eu ia substituir Jorge Ritchei, no papel de um Padre maluquinho. E o Tom queria que eu fizesse igual o Ritchei, ou seja, que eu o imitasse. O Grupo Balaio sempre pode contar comigo. Além de atuar, quando eu nao estava em cena, eu ia correndo ficar na iluminação dessa peça. Eu corria as laterais do José de Alencar ate chegar na area técnica. E eles nem um texto me deram. Como o elenco ja estava afinado no espetáculo, o Tom queria que eu pegasse as coisas no ar. E não é assim que as coisas funcionam. Ele dizia, Antonio Marcelo, tu ja asssitiu a peça. Sim, assisti mas nao decorei. enfim, desgostoso, fiz o espetáculo. mas eu nao era de criar caso com ninguem. Um dos últimos ensaios, em uma das cenas em que eu desmaiava, eu com o olho entre aberto vi quando o Tom gesticulou para o elenco que eu era um péssimo ator. Mas durante o espetáculo a platéia riu, e esse parecer que era o objetivo. Mas quando eu entrei pelo corredor do José de Alencar, eu parecia mais um travesti do que um maluquinho. rssrrsrs. aquela peruca era muito horrorossa. Um cabelo comprido ruivo. afffff!!!! Depois, a peça voltou em cartaz no Ibeu e nao me convidaram. E para entonar o caldo, apos encerrada a temporada, o Tom marcou comigo no TJA para levarmos o cenário, e la não pareceu. Ficou só eu e o Ritchie nessa função. Nesse dia, vi o Ritchie puto pela primeira vez. E assim cada um conclui a sua história.

GRUPO BALAIO 4 VEZ BALAIO

1. Cinderela - Teatro Dragão do Mar - 17 horas.
2. Branca de Neve e Os Três Patetas - Teatro do Ibeu - 17 horas
3. Coisas de Rei - Teatro José de Alencar - 17 horas
4. Toda Donzela Tem Um Pai Que É Uma Fera - Teatro do ibeu - 20 horas.




2009/06/15

O TEATRO, A PLATEIA E A CULTURA

Antônio Marcelo estava perdendo as forças. Sem motivação para continuar. A mortificação do artista? Toda pessoa que vinha para um espetáculo já vinha derrotada. " No entanto ter sobrevivido até aqui foi um esforço meu. É preciso reconhecer isso. Ao invés do Grupo amadurecer, cada peça significava um "começar de novo". E isso não é bom, não nessa visão da coisa continuada."
Tentou-se a montagem da "EMOÇÃO DO PECADO", mas tudo nao passou de leitura. O elenco não queria, rejeitava a peça. Mas não disse isso antes de iniciar. So quando ja se estava no processo. Quando Antonio Marcelo pediu aos integrantes que cuidassem do Grupo, ele já sentia a perca de suas forças. E sugeriu que um escrevesse, outro dirigisse, um outro poderia produzir.. O primeiro texto apresentado foi de Alexandre Lima, um aspirante a escritor preguiçoso, sem carpintaria teatral. Isso é falado porque se sabe que todo aspirante tem vontade, é curioso, mas ele não."As pessoas pensam que tudo é fácil, lá fora. Mas não se trata disso. O que ocorre é que as pessoas não ficam na janela vendo o sonho passar. Elas batalham. E sobre isso, pode ser dito que Antonio Marcelo teve força. Mas como ele definiu que era um peso carregar gente morta. Mas onde encontrar gente para o teatro? Onde encontrar pessoas que soubessem arregaçar as mangas." O próprio Balaio, disse Antonio Marcelo, sobrevive pelo esforço de alguns. Mas não é um Grupo onde todos tem o mesmo compromisso. "Na prática a gente ver as coisas como são. No sul maravilha, ator viaja de ônibus três horas para chegar a um teatro. Em fortaleza, os artistas não querem viajar 40 minutos. tudo é muito longe, o grupo é pobre. O atorzinho para justificar suas limitações, sua incapacidade e seu poder nada criativo, quer a todo momento mudar a cena, o texto, a marcação. E tudo isso vai deixando o teatro, o artista indigente. Culturalmente fiz só o que pude fazer, foi pouco, reconheço. Mas me comparando com aqueles que tiveram e tem dinheiro, maquina a seu interesse, eu fiz muito. A imprensa, eu só tenho a agradecer, meus espetaculos sempre foram divulgados. Não reclamo dela. Reclamo mesmo do artista mediocre, do público que só entende o que é dito no shou de humor. E quando as piadas sao antingas, porque piada desconhecida, ele pode nao entender. Estamos em 2009. Os artistas, que vem do sul maravilha pra cá, não podem reclamar de casa vazia. Mas eles levam uma má impressao horrível da falta de compostura cultural. A Vera Fischer deixa isso claro, em sua biografia. Ela disse que o teatro apesar de todo a sua bela estrutura é um teatro abandonado. que a plateia nao está interessada em cultura, que o fator externo atrapalha o desenvolvimento do ator. E segundo a Vera, Flavio Rangel disse que toda companhia que se presa passa longe desse teatro. E eles nao deixam de ter razao. A quela praça em frente é um horror, uma decadencia. aquele povo deveria sair da praça, mas quando se pensou nessa possibilidade a classe artistica cearense foi contra. Talvez a classe esteja equivoca entre o que é cultura e o que é mazela cultural. Ou eu posso estar errado. A vera Fischer escreveu isso, e os artistas cearenses nao se atenam para essas coisas, porque isso repercute, e deveria ser merecedor de reflexão. Os 99 anos do Teatro é celebrado com mediocridade. A classe artista acha isso, pensa isso, mas nao tem coragem de dizer. É mais fácil ser como o João Ubaldo Ribeiro que disse uma vez que nao ler nada de ninguem, bate no ombro fingindo que leu e diz: - beleza. Nesse periodo de pausa, ou derrota teatral, se assim acharem conveniente, eu tenho pensando nisso. Pensado muito sobre nossa posição cultural. Sobre quem sabe e sobre quem nao sabe. E o Teatro Cearense continua... agonizando? Tenho sentido falta de um brilho que há muito nao vejo. O teatro me traz muitas coisas boas, me faz pensar, me torna inteligente. E a certeza tambem que nao faço parte do primeiro time. Mas faço parte. kkk.... Lembro que Tonia Carrero, estava em cartaz aqui, e uma mulher na plateia, atendeu um celular... e dizia em um tom falso baixo: - " ME ESQUECI O NOME DELA, ELA É AQUELA ATRIZ DA GLOBO. NÃO ME LEMBRO AGORA O NOME DELA. É BEM BOAZINHA A PEÇA. MAS EU NAO RI AINDA NENHUMA VEZ." A plateia nao sabe onde é para sorrir, para rir, gargalhar ou mesmo fica anestesiada. A minha victória Capuleto, na época tão recebida à preconceito por alguns, me remete hoje Dona Beija, que é reprisada no SBT. Asssiti a novela, que na época era um escândalo. Hoje quem assiste se tiver sensibilidade vê uma novela que é uma obra de arte. Uma novela completamente envolvida com a beleza, com brilho. Linda. Mas assistir hoje nao tem apelo, repito, para os insensiveis. E bem depois de Victória Capuleto, tenho visto a plateia Cearense aplaudir lixo, e dizer magnifico. Mas em silêncio, eu sorrio, eu snobo, porque sei que entre o valor e a ilusão contemporanea do eu e de ela saber, eu fico com a minha percepção. Há um preconceito sim, com o que eu apresentei em alguns momentos. Enquanto autor, eu posso ter ferido a auto estima de quem se acha a cocada. E eu escrevo como quem chora, porque sinto. nao sei me sentar em um computador, mapeando peça. Sei me sentar e escrever. Depois do meu silêncio, eu digo isso. Depois de ter que dá uma pausa, por necessidade, eu volto." - disse Antonio Marcelo.












2009/06/09

A DAMA DOS DESPREZADOS Teatro do Ibeu

Nesse periodo. O Quimeras estava com um ótimo espaço para ensaio. O pátio do Ibeu Centro, mas como o Grupo era Peregrino saiu a convite do Augusto Abreu (Ele informou que foi a coordenação). E o Quimeras foi para o Colegio Sistema onde ensaiou "A DAMA DOS DESPREZADOS". A peça foi escrita para Patrícia Bastos. Paralela estava sendo ensaiada a primeira comédia "NA MINHA PISCINA DE AZULEJOS AZUIS, NEM MORTA!"- sob a direçao de Thomaz de AQUINO. A peça nao vingou, se atribui isso ao elenco e nao ao diretor. A paz reinava no Grupo, todo mundo amigo e leal.

IV MOSTRA DE TEATRO DO ESTUDANTE

A plateia que era sempre a mesma lamentou. era preciso acreditar na sinceridade dela. Se tinha o melhor cenário, ja até entao apresentado pelo Grupo(O cenário pertencia ao acervo do Balaio) . O diretor tinha mais intimidade com o ofício, com iluminaçao. A peça era uma promessa dentro do contexto e da proposta. O palco é uma surpresa. A Dama desagradou. A orquestra nao tocou a vapor, atores do elenco... e até mesmo a plateia sugeriu a substituiçao da protagonista." Eu nao concordei com isso. seria chato para ela. Tambem nao sei o que aconteceu, e preferi enterrar a peça. E me contentei com a sábia frase: as vezes você acerta, as vezes você erra. Mas teve tambem surpresa boa... tatiane Goes foi um exemplo disso. Ao meu ver foi a melhor atriz do espetáculo. ela vinha do Beco onde havia feito figuraçao na primeira temporada, e na segunda tinha pego um papel maior. Thomaz de Aquino tambem mostrou força, mas estavamos anestesiado. Nao se viu na Dama, a eletricidade vista no Beco. Na saida do Teatro, Eu me encontrei com o Almir Viana que era recepcionista do Teatro, e ele me perguntou: Antonio Marcelo, o que aconteceu? - Tinha tudo para ser o espetáculo. No dia seguinte, os meninos do Trama 7, comentou que as músicas eram lindas. que a diretora do Trama foi embora cantando, pensando no espetáculo que nao aconteceu." - disse Antonio Marcelo.

A peça ficou datada com apresentação única.
Estréia no teatro do IBEU- ALDEOTA
15 de setembro de 1999.
É a unica peça que não foi fotografada. Infelizmente o Mau carater do Glauter Melo sumiu com as fotografias ou com o filme.

na próxima postagem colocarei ficha técnica e sinopse.



2009/06/06

Toda Donzela Tem um Pai que É uma Fera. Grupo Balaio.




Após o Beco, Quimeras de teatro começa as leituras dramáticas das peças:

Véu Negro - de Antonio Marcelo
A emoção do Pecado - de Alexandre Lima...

mas foi um momento de Concentração no Grupo Balaio, Antonio Marcelo mais umavez assistente de Marcelo Farias Costa, no espetáculo TODA DONZELA TEM UM PAI QUE É UMA FERA, de Glaucio Gil Essa peça fez sucesso. "Em um determinado momento o diretor entregou em minhas mãos o espetáculo, quis inclusive que eu assinasse a direção. Mas nao aceitei. Eu nao queria colocar os carros a frente dos bois. Eu estava no Balaio, aprendendo. Eu não me via dirigindo um espetáculo dentro de um Grupo que tinha 23 anos de história e tradiçao. Fiquei com o meu papel de Asssitente e foi muito gratificante ver o resultado do espetáculo e saber que eu colaborei também.


Estréia
20 de agosto de 1999,

Elenco

Emidio Tavares
Denise Costa
Eduardo Marinho
Robson de OLiveira
Raquel Lima

Ficha Técnica:

2009/06/04

O BECO PEÇA DE TEATRO IBEU

ANTES...

Fátima fugiu para a religião em busca de consolo para sua ferida exposta - o desamor. Estava desesperada, arrasada em conseguência do noivado que não vingou.

DURANTE...

Alimentou o sonho que o ex-noivo, Guimarães iria resgatá-la de seus tormentos; assim como a bela adormecida esperou por seu príncipe encantado cem anos. Ele veio?!

DEPOIS...

, e imaginando a vida das prostitutas que freuentavam " O Beco" na Leste Oeste, (O Beco foi uma danceteria que funcionou nos fins dos anos Setenta e início dos anos Oitenta) ela vislumbrou a ilusão. Provações no gume da navalha para malabaristas em corda bamba. O Sub mundo passou a ser para Fátima a nova fuga. Ela envolvida em mistério se divide entre o sacríficio que exige a fé e a "liberdade" que a noite anuncia. Enfrenta o perigo com a grandeza
de uma Joana D´arc; uma Tiêta do Agreste com a natureza mandando o corpo pedindo; ou ainda com a fragilidade de Gina (interpretada por Luiza curió, em Estranha Dama), na Leste Oeste a noite ( naquela época bem mais violenta e be mmais movimentada do ue hoje), com seus famosos frequentadores: marginais, ganguesters, travestis, prostitutas e curiosos que vinha da aldeota transitar entre o bem e o mal.

Ponto de interesse:
Na verdade, há nsta mulher, em Fátima, muito das grandes personagens que eu gostaria de ter criado. Como as três protagonistas da "TRILOGIA DO DESAMOR" (VERA - JOAN - CATARINA), pois todas elas lutam por usas causas e o desencontro persiste. Mas elas são exuberantes, sempre superioras. no final Fátima é vencida!

Ponto de interesse 2

O beco é lembrada por todo o elenco com saudade. Dez anos depois, o autor ainda recebe telefonemas e propostas do elenco para uma remontagem.

"Esta peça está em meus planos. quero montar um dia. Dando ao espetáculo o que ele realmente merece, mas a montagem foi bacana, a vontade que todos tinham para que desse certo, fez com que a gente vencesse nossas limitações, e principalmente a falta de estrutura financeira. Sim, eu tenho percepçao, e confesso que mesmo aqueles que nao conseguiram falar mal, ficaram em silêncio. Entre tropeções e outras coisas que puderam atrapalhar O Beco, eu o vejo: Um espetáculo cheio de força e entusiasmo. Como autor eu compreendo que fiz escrevi minhas melhores peças nesse periodo de 1997 a 2002. Reconheço esse periodo como a fase mais fertil.



2009/06/01

"O Beco" volta aos palcos Teatro morro do Ouro


"O Beco - Entrada sem saida
labrinto humano no uivo da loba,
um encontro marcado com a fé
provaçoes no gume da navalha
malabaristas à corda bamba.

As cortinas se abrem
para quem estiver disposto: ver
sentir essência e nada mais...
as paixões superando as vaidades
um texto ao ritmo de um bolero
Quimeras de Teatro com a orquestra no palco.

Amadores estão chegando, insistindo, resistindo
porque o que vale é o prazer de se estar vivo
e a vida é o palco" - Antonio Marcelo


16 de abril de 1999
sexta/sabado/domingo as 18:00 hs -

"O BECO" fez curta temporada no Teatro Morro do Ouro
casa lotada.

03 de julho do mesmo ano, a peça volta aos palcos.... dessa vez no Teatro do Centro (Ibeu-ce)
mas o publico caiu.... reultado de uma cidade que nao consegue manter um espetáculo serio por muito tempo com casa lotada.

A peça recebeu quatro indicaçoes para o Prêmio Balaio

produção
diretor
autor
espetáculo adulto

Sobre o Texto (pequeno panfleto informativo que a plateia recebeu)

O texto é o sexto da série "Sentença da Sexualidade", e, é o terceiro a ser apresentado. O primeiro foi "SEM LICENÇA PARA AMAR"; o quarto que foi o segundo a ser apresentado - "Victória Capuleto". O espetáculo traz de novo, jovens atroes, iniciantes, estreantes que estao em uma fase experimental da arte maior que é o teatro. Alguns ainda com embaraço, outros com muita euforia, mas nada disso os impedem de subir e alimentar o sonho de fazer. A cada um deles, sublinho a minha vontade. Nao importa as formalidades e sim o resultado. O QUIMERAS é um grupo(?) que tem vocação. Ele na otem compromisso com o que podemos chamar de fôrma, mas sim com o efeito. E juntando experiência, acumulando o exercicio do tentar, estamos caminhando (para uma nova geraçao na história do teatro cearense? Quem sabe!). É Cedo para julgar. Daqui à vinte anos falaremos nisso. Os anos passarão, e só os amantes da arte permanecerão. porque foi assim, é, e será. E se a arte em nossas vidas for o que de mais forte existir; estaremos nessa história.

Se há o palco, para mim, nada causa espanto. O medo de errar ou fracassar nao me apavora. Estou aqui para reconhecer as possibilidades e andar o sono, viver a arte na lapidação, sem nenhuma preocupação com o que possam vir a pensar de mim. Sou artista, e a mim, só interessa a essência da coisa. A ineficiência disso ou daquilo deixo aos olhos clínicos dos frustrados. Não é isso o que eles buscam no teatro; entao? Eu autor- diretor, tambem estou exposto aqui e a toda prova. Que abram-se as cortinas.





2009/01/13

O SANTO INQUÉRITO - Ibeu-ce 1999


Antônio Marcelo foi convidado pelo Diretor do Grupo, Marcelo Farias Costa para ser assistente no espetáculo "O Santo Inquérito ", de Dias Gomes. O Espetáculo da Montagem Cearense fez subiu aos palcos em abril de 1999. "Tive compromisso e seriedade nessa tarefa que para mim, foi a mais dificil estréia. Eu tive até pesadelos, durante a semana de estréia. Medo de não acertar as entradas e saidas de luz e som. Isto estava na minha responsabilidade. Tudo ocorreu bem E eu fui ficando no Grupo Balaio" - disse o Assistente de direção.