2008/03/11

Antônio Marcelo e Eldine abreu. Cena Antológica
Ao fundo Fernando Xavier



E agora a que caminho seguir? Terminados os espetáculos era um momento de reflexão. O que teria valido a pena? Tudo valeu a pena - disse o mentor do Grupo - mas poderia ter sido melhor, se cada um tivesse entendido sua participação dentro do espetáculo. Se o elenco de Saga Nordestina colaborou, o elenco de Sem Licença para Amar deixou a desejar. Não houve um espírito de grupo. Se é que grupo existe!


Bom, mas isto já valia como prêmio. As modestas montagens não passaram ignoradas. Elas estavam entre aquelas que se destacaram."Eu sabia todasas minhas limitaçõs, eu tinha humildade para ouvir aqueles que quiseram me ensinar alguma coisa. E com eles aprendi coisas que nem sempre posso executar. Para mim, o teatro não nasceu no dia em que pisei no palco pela primeira vez. Existe todo um passado, concordo." - Antônio Marcelo. Incentivo, apoio e colaboração vieram dar ao líder sustento. E a partir do momento em que começou a frequentar o Teatro do Ibeu, se sentiu em casa. O apoio vindo do Ibeu foi de fundamental importância: "Eu fiquei feliz por você. Você tem talento, experiêencia, só o tempo dá." - Marcelo Farias Costa, Teatrológo e Diretor do Teatro do Ibeu.


Com Sem Licença para Amar, Antônio Marcelo deu sua primeira entrevista na televisão (TV Jangadeiro), Programa Boca do Povo. Ele é entrevistado por Ana Vila Real. Tribuna do Ceará também reportou o espetáculo. E os outros jornais da cidade divulgaram em suas agendas culturais todo sábado e domingo dos meses de novembro e dezembro.

2008/03/09

DESTAQUES GRUPO BALAIO ANO 1997 - Indicaçôes

ESPETÁCULOS

- SAGA NORDESTINA
- SEM LICENÇA PARA AMAR

DIRETORES

- ANTÔNIO MARCELO - Sem Licença para Amar

ATORES PROTAGONISTAS

- ANTÔNIO MARCELO - Sem Licença para Amar

AUTORES

- ANTÔNIO MARCELO - Saga Nordestina
- ANTÔNIO MARCELO - Sem Licença para Amar

ILUMINAÇAO

- NILTON RODRIGUES - Sem Licença para Amar

SONOPLASTIA

- ANTÔNIO MARCELO - Sem licença para Amar

MAQUILAGEM

- GEOVANNI MARSALLES - Sem Licença para Amar

REVELAÇÃO MASCULINA

- EVANDRO MENDES - Saga
- GLEYDSON COSTA - Saga
- JORGE CÉSAR - Sem Licença
- FERNANDO XAVIER - Sem Licença
- RICARDO MARTINS - Sem Licença
- CLEILSON DE SOUZA - Sem Licença

REVELAÇÃO FEMININA

- CONCEIÇÃO FREITAS - Saga
- JAMILE MONTE - Saga
- LENILCE ALEXANDRE - Sem Licença
- MARCILENE AGUIAR - Sem Licença
- PATRICIA BASTOS - Sem Licença

Saga Nordestina Obteve seis indicações
Sem Licença para Amar - quatorze indicações

Não Obtivemos nenhum prêmio.
O Prêmio Balaio deve estar para a sociedade teatral do Ceará assim como o Oscar está para Holliwood...

2008/03/07

Nas sombras dos refletores

Surge um pseudônimo para o autor. Antônio Marcelo Usa Velazquez Alacoque. "As pessoas geralmente gostam de quem elas não conhecem." E tinha gente que dizia que Antonio Marcelo não saiba escrever( essa gente a quem o autor se refere eram seus colegas que iniciavam o teatro naquela época). "Cadê essa gente que tanto se incomodou com a minha iniciativa?" - alfineta o autor.
"A peça é um lixo, atores ruins. A úniuca coisa que escapa é o texto e a sonoplastia." - disse um sonoplasta cearense radicado no Rio de janeiro, que estava na época ministrando um curso de sonoplastia pelo Instituto Dragão do Mar. Mas a plateia tambem foi receptiva. o ritual aconteceu. o carinho do público veio, e isso para os artistas é uma sensação única.
- Você é o Antonio Marcelo?
- Sim
- Me recomedaram o espetáculo. Essa hisatória tem tudo haver comigo. Voce, no palco, gritou o que eu tentei anos e não consegui. De certo aliviado. - Disse Alguem que foi no camarim.
- Parabéns po texto é forte. E emociona. Eu me emocionei muito. Continue e não desista, com o tempo voces melhoram. - Aurora Miranda Leão, Atriz e Jornalista.
-Esta peça é uma verdade. A emoção é inevitável. - Disse um rapaz que voltou pela terceira vez.
-Gostei muito. Tem uma boa dramaturgia. O espetáculo precisa de uns ajustes aqui e ali, mas é muito bom. O elenco trabalhou direitinho - Evandro Nobre.
Em tudo na vida existirão aqueles que gostam e comentam, aqueles que detestam e condenam, e há tambem aqueles que não gostam e não detratam.
- O que é que tu pretende com isso? Quer ser um novo Nelson Rodrigues? Um Bretch? É meio difícil. - Disse Henrique Moreira, um aspirante a ator.
Com tudo o texto foi salvo, ele agradou e apresentou ao teatro cearense o autor - Antônio Marcelo.
No último dia do espetáculo um dos atores, em nome de sua vaidade e mau caratismo, deixou todo o elenco a ver navio quando trasnformou uma sas cenas principais em um monólogo. Isso foi de caso pensado. "Eu não quero esse rapaz perto de mim. Prefiro mil vezes, um ator sem talento do que um mau caráter." - Disse Antonio Marcelo, e o elenco concordou.
Pouco antes, na oitava apresentação, numa das cenas em que Antônio Marcelo interpretva a vedete Simone de Lavor, se empolgou tanto numa cena em que rodopiava com um grande colar que não conseguia mais parar, ficou tonto. .. e como era a cena final do espetáculo, o iluminador deu um black out a pedido do elenco. E antonio marcelo discretamente se apoiou em dois atores para agradecer. O público que não percebeu o ocorrido. No mais havia uma grande alegria no camarim. O elenco sempre se preparava cantando "cruzando raios" de Orlando Morais.

2008/03/06

Sem Licença para Amar - Estréia no Ibeu

A peça sucessora seria "SEM LICENÇA PARA AMAR" onde Ronaldo Reis tambem estava escalado, e entraria em cartaz no final de semana próximo a Saga Nordestina. Foi outro corre corre para que a peça não fosse adiada. Os obstáculos foram muitos, mas Antônio Marcelo estava disposto a continuar. "A minha paixão pelo teatro é indescritível. É claro que nesses anos todos, eu poderia ter rendido mais, ter feito mais, aprendido mais... o meio, as circunstâncias não cntribuiram muito nesse fator. Nunca se tinha dinheiro para nada, e a vaidade não permite muita gente trabalhar em um grupo pobre, sem espaço físico até mesmo para ensaios. Mas fizemos e demos, eu acredito, uma contribuição ao teatro na terra da luz" (Aqui há uma ironia).

No inicio o Grupo Quimeras de Teatro ensaiava na Tristão Gonçalves, no antigo comitê da Maria Luiza Fontenele e Rosa da Fonseca. Depois eles foram para o Chico Anisio, e em seguida para a Fundação Cultural de Fortaleza (FUNCET). A grande dificuldade ainda hoje é um espaço físico para ensaios.

Sem Licença para Amar sofre alterações, Jorge César substitui Ronaldo Reis, e algumas cenas passam por cortes, é tanto que para o autor a peça ainda não foi montada na integra.

Estréia 15 de novembro de 1997

Sinopse:
Baseado no livro "Eu, homossexual?! de Velazquez Alacoque. Relato em primeiro plano, os conflitos de Marcos que ainda na infância se apaixonara por seu melhor amigo - Fred. Tudo parecia tranquilo até o dia em que chegou a notícia que Fred estava voltando a sua cidade natal. Pedro, pai de Marcos, fica sabendo por uma lingua e outra, que seu filho e o amigo tiveram uma amizade fora do comum.
E para fugir de seus conflitos, Marcos embarca em um casamento sem amor. Porém antes desse ser consumado vem à tona a verdade, e Marcos é expulso de casa, onde escuta do pai da avó que precisa sentir vergonha da carne que o fez pecar. Ana, sua mãe, fez - se adepta dos recursos de um avestruz, enterra a cabeça na areia para não ver a realidade.
Após suas desilusões, Marcos socorre-se no seminário, onde reencontra Pe. Lúcio, e confessa a este seus desejos mais picantes... e vê nos olhos deste, seus arrependimentos para com o sacerdócio. Na noite seguinte é expulso por não ceder as servicias do Superior.
Passado o tempo, Marcos e Fred se reencontram onde tudo poderia acontecer em afronta aos valores gastos de uma sociedade ultrapassada.
No espetáculo há uma análise à sexualidade, o preconceito e à liberdade.

Elenco:
Antônio Marcelo - Marcos
Eldine Abreu - Amélia
Lenilce Alexandre - Ana
Fernando Xavier - Pedro
Patrícia Bastos - Ada
Cleilson de Souza - Superior
Jorge Cesar - Fred
Gleydson Costa - Fábio
Marcilene Aguiar - Carolina
Ricardo Martins - Clinton

Técnica:
Velazquez Alacoque (texto)
Antonio Marcelo (Sonoplastia e Direção)
Nilton Rodrigues (Iluminação)
Carlos Benevides(Iluminador inicial)
Wagner Souto(Assistente)
Augusto Braga(Operador de som)
Gean Carle (Operador de som inicial)
Geovanni Marsalles(Maquilador)
Genot Gomes(Maquilador)

Agradecimentos:
Marcelo Costa e Augusto Abreu
Part e Funcet

Apoio:
TEATRO DO CENTRO - IBEU

2008/03/05

Saga Nordestina no Teatro do Ibeu Centro

01 de novembro de 1997, Saga Nordestina entra em Cartaz no Teatro do Ibeu Centro. Foi um espetáculo de fim de semana.
Sinopse:
As cenas se passam na cozinha de uma casa, própria do sertão.
Enfoca-se os problemas enfrentados pelos camponeses (secas e enchentes)
Zé em plena seca, resolve ir para a cidade grande em busca de melhores condições de vida, porém Fransquinha, sua esposa, resolver não ir de imediato. E assim Zé parte com a promessa de mais tarde voltar para levar a família.
No núcleo enquadra-se a crença e a loucura de Expedita, uma mulher marcada pela tragédia e traumas do passado, que diante de uma verdade inesperada consegue voltar-se no tempo. É uma mulher movida pela fé, e com a sina de amar no meio das mais remotas possibilidades.
Coloca-se neste espetáculo para reflexão a força heroica de uma gente simples e humide que cultiva, que colhe tudo que a primitividade possa oferecer, mas uma tragédia acontece......
Elenco:
Jorge Cesar - ZÉ (na mostra do estudante Nilton Rodrigues0
Conceição Freitas - Fransquinha (Depois Jamile Monte)
Evandro Mendes - Buchudo (depois Paulinho)
Lenilce Alexandre - Expedita (na mostra do estudante Conceição Borges)
Marliete Silva - Raimunda
Jamile Monte - João (Depois Antônio Marcelo)
Cledson Costa - Chicó
Ronaldo Reis - Damião
Técnica:
Antonio Marcelo - Texto, sonoplastia, maquilagem e direção
Nilton Rodrigues - Sonoplastia
Andre Gomes - Iluminação
Wagner Souto - Assistente técnico
Quimeras de Teatro - figurino
Lídia Maria - Equipe de Apoio
O impasse: Conceição Freitas abandona a peça porque não tinha cachê. Ronaldo Reis que havia sido convidado pelo Balaio para fazer o Badejo de Artur Azevedo, tambem oficializa a sua saida do Grupo, abandona a peça em Cartaz. Tudo leva a crer que ele ficou vislumbrado com o novo Grupo. E por lá teve vida curta. Também pode ter sido porque no dia da estréia houve um erro técnico na luz. Ronaldo Reis e Gledson Costa não sairam para agradecer.

2008/03/04

Pré Estréia na II Mostra de Teatro do Estudante Ibeu-Ce

Em julho, soube-se que em setembro aconteceria no Teatro do Ibeu a II MOSTRA DE TEATRO DO ESTUDANTE. Por consenso, o Grupo achou melhor não inscrever "Sem Licença para Amar." Esta mostra se caracterizava pelo incentivo ao teatro dos estudantes, e Sem Licença para Amar não estava dentro da grade do teatro escola. As pressas foi escrita "Saga Nordestina." Todo o elenco acreditou no que estava fazendo, ele tinha dois meses para ensaios, produções e tudo. "Passamos madrugadas ensaiando na FUNCET, nos inscrevemos e fomos selecionados. Estava Marcada a segunda estréia do Grupo, 13 de setembro de 1997. A mágica do teatro aconteceu, todos nós ficamos surpresa. Nada deu errado, a luz estava adequada, trilha sonora idem, os atores seguros no texto, a plateia posta e atenta. Saga Nordestina agradou, segundo Marcelo Farias Costa, este foi o espetáculo mais bem acabado do Grupo. Receberam destaques Nilton Rodrigues e Conceição Freitas, o casal protagonista. O que eu precisava era de gente que gostasse de teatro, de gente que tivesse responsabilidade ética e sobre tudo responsabilidade.

2008/03/03

Eu, Antõnio Marcelo, Fui o Mais Ovacionado, Não Tenho Pudor em Dizer

"Para mim, a única coisa que interessava era saber se o espetáculo era bom, se era ruim, se os atores deram ou não conta do recado, e isso não se soube. Não fomos ao festival ouvir sermão, muitos menos aprender virtudes em uma aula de catecismo. A discussão deveria ter sido sobre teatro, mas a jurada preferiu dar uma aula de educacão moral e cívica. O interessante é que as pessoas que nos defendiam não tinham nenhum vinculo com o grupo. Eram todos anônimos. Os outors grupos que participaram da mesma noite forma soldários a nós, e nos bastidors comentavam a atitude dessa senhora. (Onze anos se passaram, e hoje eu ainda me questiono sobre aquela euforia, aquela discurso moralista e não teatral para com a gente) Quando saiu o juri popular nosso espétaculo atingiu a penultima classificação."
Quando Antônio Marcelo Marcelo subiu no palco para receber seu certificado de participação no festival foi ovacionado, incontestávelmente. Naquela noite nenhum dos participantes fora tanto aplaudido quanto ele. "Depois, eu fui cumprimentar o juri, e a senhora estérica me virou a cara."
- Eu disse que essa tua merda não ia dar em nada. Eu estou fora." - Disse Daniel Costa.
Eu fiquei surpresa, a vivência de um grupo é muito dificil. a arrogância das pessoas tem atrapalhado muito o teatro. Nem sempre o elenco está disposto a compreender fatos como este. e foi embora o ator. Pensava ele que iria ser lider de um grupo no teatro cearense, mas pensando agora em que resposta dá-lo, eu diria que ele não conseguiu ser nem uma sigla vazia, muito menos um nome na última pagina do teatro. Antes de atitudes como esta, as pessoas poderiam analisar o texto, a proposta da montagem. Mas não, preferem usar meios arrogantes, fazer uso direto da prepotência e assim feri as pessoas. Por outra visão, são pessoas que não tem segurança nem tão pouco conceito formado de si mesmas. É gente que não acontece. Era como se o fracasso dependesse apenas do diretor.... e o sucesso uma questão pessoal do próprio individuo que tivesse envolvido no processo. A vaidade faz esse tipo de gente acreditar que o sucesso veio por causa dela e que o fracasso veio por causa do outro.
Continuamos nossos ensaios, a idéia do espetáculo não se findou nesse festival. O Daniel sempre que me encontra gosta de fazer alguma chacota com minhas peças. Eu dei o meu silêncio como resposta a ele, mas ele nunca entendeu. Até porque quem não compreende um olhar, segundo Mário Quintana, não entenderá uma longa explicação.